Teu chamado
Mesmo naqueles momentos
De intensa solidão, ouvia
No mais profundo recanto
Da minha alma a tua voz
A me chamar tão doce e forte,
Me abraçando com o desejo
De estar sempre ao teu lado,
Te acolhendo na proteção
Contra toda essa angústia
Que ameaça nos engolfar
A cada tristeza que nos
Acaricia a face recém desperta.
Aqui afogada no mar de sonhos ruins,
Ou mesmo atormentada nessas
Doces noites sem luar, ouço,
No frio bater de meu coração morto,
O teu chamado a me despertar,
Me iluminando nesse paraíso sem cor
Em que outrora estive confinada,
Até que, em tua angélica presença,
Me vi na dádiva de poder voar
Rumo aos teus braços, nos livrando
Do frio abraço que, ao nos separar,
Nos prendia nas cálidas masmorras
De nossos mais vivos pesadelos.