Naufragando sem maré
No gelo da madrugada, vago sem norte,
No vento cortante, meu desespero resume,
Pago com angústia meu triste fado,
Culpa e remorso, cobram o meu pecado.
Madrugada fria, vento sem calor,
Nada acalenta, congelo-me de dor,
Na busca insana, ansioso e desamparado,
O sonho virou tormento, em mim, desespero instalado.
Madrugada gelada, meus olhos choram,
Em cada canto, esperanças se frustram,
Um delírio em cada sombra, ela oculta,
As memórias vazias, no coração, tumultuam.
O frio da madrugada fere meu ser,
Dor aguda cortando, o coração a doer,
Abandono e pesar me corrói, são o preço,
Finito e abatido, o que era inteiro, agora dói.
A alma congelada pela dor e pelo frio,
Desfalece aos poucos, sufocada pelo vazio,
Acalente-me, pois estou à beira da loucura,
Busco salvação no perdão, para essa amarga aventura.
Estou em ruínas, naufragando sem maré,
O peso da lição aprendida é um torpor,
O amor é um compromisso sério, eu percebi,
Com corações não se brinca, na dor, isso eu aprendi.