Para tempos de silêncios e ausências
um sonho,
um redemoinho de sonhos
agiganta-se dentro da alma
como o sussurro
das águas do mar
acordando a areia da praia:
uma flor, estranha flor
afunda os pés
na terra montanhosa
de onde flui a vida.
em seu colo o sol
descansando das andanças
na noite que nunca se finda.
um sol sofrido, doído,
o olhar preso no infinito,
na busca da luz que traz o dia
para iluminar o laço da noite
que entrega a escuridão,
o vazio e o silêncio do tombo da vida.
... e fecha os olhos e sente:
mãos carinhosas,
mãos que amam,
mergulhando os dedos
em seus cabelos,
acarinhando sua face,
desenhando seus lábios
e beijando seus olhos
em eterna devoção.
mãos carinhosas,
mãos que amam,
caminhando serenas
em cada pedacinho
de luz do sol.
mãos carinhosas,
mãos que amam,
mãos que desenham paixão,
que aquecem sentimentos,
que amarram almas,
espíritos, corpos.
um sonho, um instante,
um momento
para ser lembrado
todos os dias
que amanhã nascerem.
alento, carinho e amor
para tempos
de silêncio e ausência.
13/12/2007