Rio fiel
Por que sussurras, rio amigo?
Revela-me teus segredos profundos,
Teu lamento ressoa dolorosamente,
Ecoando em meus ouvidos moribundos.
Por que tanta dor em teus murmúrios?
Pode confiar, abra-te comigo,
E teus anseios, conte-me com fervor,
Juntos, compartilhemos nossas dores.
Os meus segredos, agora, vou te contar,
Aqui, onde a vida e a água se entrelaçam,
Uma vez, com ternura, uma deusa veio me amar,
E feito ondas suaves, nossos lábios se beijaram.
Carícias divinas, às margens tuas,
Até que, como o sol ela partiu, desvaneceu,
Uma estrela que se apagou, fugiu,
Deixando-me a sonhar, com seu encanto.
Compreendo tua melancolia, rio querido,
E as Lágrimas silenciosas em teu leito,
Compartilho da tua tristeza e teu murmúrio,
Então, se entrelaça ao teu, o meu pranto.
A partir de agora, rio fiel, sem hesitação,
Migrarei para tuas águas, juntos enfrentaremos,
Os ventos da aflição e nossos tormentos
Pelas águas, até a redenção, serão levados então.