Sem razão
Anseio contemplar-te,
Alheio às emoções que me assombram,
É latente o meu desejo de aproximar,
Sem que meu coração se inquiete ou intente.
No sono, busco esquecer-te,
Da memória, tua imagem apagar,
Em meus sonhos, sonho não te encontrar,
Para evitar o pranto ao acordar.
A brisa suave em meu semblante,
Quero sentir, e não lembrar os teus lábios,
Que outrora me beijaram,
Em vívido instante.
Anseio viver plenamente,
E desvencilhar-me de ti, contudo,
Uma força profunda, me faz refém,
Além dos olhares, a persistir.
É um sentimento sem razão, sem lógica,
Invade-me é desmedido e em vão,
Talvez de outras vidas, ecoa e perdura,
Para sempre em meu coração.