Pontes entre sonhos

Durmo, levito, entro em ascensão

Para a cama localizada no centro

Da ilha que abriga meus sonhos

Levanto da cama ao ouvir

Gritos de pesadelos distantes

Sinto incômodo, apesar dos meus

Sentidos serem massageados

Pela salinidade da terra abaixo de mim

E pelo sutil cantar das palmeiras

Cujos cabelos esvoaçam

Acima de mim

Levanto da minha cama

Materializo uma ponte

Alimentada pela minha força de vontade

E pelo meu desespero

Caminho sobre madeira

Etérea, escura e extensa

Examinar estado de espírito

De ente querido

Chego à ilha dos seus sonhos

Sendo esta ligeiramente parecida com a minha

Te vejo acordada, alerta e assombrada

Pelos monstros criados por feridas

Cujas cicatrizes você insiste tanto em apagar

Sento-me em sua cama

Pouso sua cabeça

Em meu colo

Aliso seu cabelo

Tiro piolhos

Dotados de pesadelos

Sedentos por sua

Plenitude

Deito ao seu lado

Na sua cama

Após finalmente te fazer

Dormir

Nossos corpos vaporizam-se

Descendo até a realidade

Materializando-se em corpos

De carne

Você acorda em sua verdadeira cama

Feliz e serena ao estar acompanhada

De vestígio de gracejo meu

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 27/08/2023
Código do texto: T7871516
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