Pontes entre sonhos
Durmo, levito, entro em ascensão
Para a cama localizada no centro
Da ilha que abriga meus sonhos
Levanto da cama ao ouvir
Gritos de pesadelos distantes
Sinto incômodo, apesar dos meus
Sentidos serem massageados
Pela salinidade da terra abaixo de mim
E pelo sutil cantar das palmeiras
Cujos cabelos esvoaçam
Acima de mim
Levanto da minha cama
Materializo uma ponte
Alimentada pela minha força de vontade
E pelo meu desespero
Caminho sobre madeira
Etérea, escura e extensa
Examinar estado de espírito
De ente querido
Chego à ilha dos seus sonhos
Sendo esta ligeiramente parecida com a minha
Te vejo acordada, alerta e assombrada
Pelos monstros criados por feridas
Cujas cicatrizes você insiste tanto em apagar
Sento-me em sua cama
Pouso sua cabeça
Em meu colo
Aliso seu cabelo
Tiro piolhos
Dotados de pesadelos
Sedentos por sua
Plenitude
Deito ao seu lado
Na sua cama
Após finalmente te fazer
Dormir
Nossos corpos vaporizam-se
Descendo até a realidade
Materializando-se em corpos
De carne
Você acorda em sua verdadeira cama
Feliz e serena ao estar acompanhada
De vestígio de gracejo meu