Rainha de tuas terras

 

Roça tua vida com a minha

louco homem

que de vida se diz ralo

e pouco tendo...

mas, em mim,

tudo é...

 

Peça o que te apraz,

deseje o desvendar.

Sou um pequeno jardim

que ainda não conhece

as mãos do amor.

 

Quero- meu,

avulso de pensar!

 

Toma minhas hastes

em tuas mãos,

jardineiro feliz!

 

Desfolhe!

Faça da flor

o despetalar.

 

Enquanto fazes o doce,

abro o espírito iluminado

e redomo minhas mãos

em teu fruto feito...

 

faço aventura de mim

nos canteiros de teu jardim,

subo trilhas, desço escadas,

pouso, ave canora,

ave de fogo - alada -

pouso na abóboda do céu

sobre a força medieval

desse forte

de torre encantada.

 

Revoo candente

teus montes

cobertos de musgos,

o bico na fartura

de teus líquens.

 

Nesta luta campal

- aclamada tua rainha,

Maria da Luz -

ao título faço juz...

Em meio às batalhas

ao fogo cruzado das guerras...

faço meu, o teu território,

meu beijo

perdido em tuas terras...