Fim de tarde
Ao campear, o gado da fazenda, do alto da serra eu via o sol se pôr e se esconder no horizonte, no fim do dia; em mim vinha o tédio, mas eu ainda não sabia que sentimento era, eu remoía, porém manso feito o gado que a minha frente ia... Depois rio abaixo o gado descia, da água limpa bebia, o cavalo relinchava, o pastoreiro gritava: "dezoito horas, momento da Ave-Maria", assim nossa mãe ensinava, em seguida eu cantarolava todas as canções raízes que eu sabia... Por ali vivi muitos anos, cujo cheiro da relva me embebia, na canção profunda, entre vacas, bois, cabras, cavalos e cabritos, o cão dragado latia, a paixão na alma me acalentava e eu continuava. Sem malícias no olhar eu seguia a vida como tinha de ser, os animais uns relinchavam, outros mugiam ou berravam e no dia seguinte a vaga malhada o leite cheio de proteínas, entre outros nutrientes, me oferecia. Eu amava a vida que levava...