NAMORADOS DE OUTRORA

NAMORADOS DE OUTRORA

Noite calma, o silêncio orquestrava aquele lugar,

Um recanto bucólico para o amante em exultação,

Na dileção da donzela se enleava em conquistar,

Nos setiais da praça, a preferida do seu coração.

Eram flertes bem velados, um poema a declamar,

Ritual dos enamorados, a mais viridante sedução.

Do coreto se contemplava os casais indo passear,

De mãos-dadas e em pares, iam em toda direção.

Lirismo de uma época que hoje passo a lembrar,

Deste lindo o amor poético, em assaz veneração,

Havia encanto, havia beleza, uma união a fulgurar,

Era o tempo das pucelas, convictas por devoção,

Nostalgia da pureza, da cândida virgem ao altar,

Vestalinas de agora! Por que esta transformação?!

Rivadávia Leite

Rivadávia Leite
Enviado por Rivadávia Leite em 21/12/2007
Código do texto: T786852