A LOUCURA DE AMAR
Naquele balanço das flores,
uma brisa em seu meio passeia,
o jardim se vê então seduzido,
pelo vento, sedento ele anseia...
O banco da praça molhado,
pelo sereno que à noite caiu,
o moço bonito, sentado à espera,
do amor sonhado que ele nunca viu...
O farelo jogado aos pombos,
o choca, o desperta em pensamento,
nem que seja apenas nas "migalhas",
quer matar a fome desse sentimento...
A sujeira encobre a face,
daquela moça pedindo esmolas,
o coração sabe algo, acelera,
não lhe importa que passem as horas...
__" A vida e suas surpresas,
Deus me livre de entender,
aquele belo exemplar de pobreza,
minha "miséria" fez enriquecer...
Não me importa onde vamos morar,
descobri nessa praça o amor,
se foram a solidão e a dor,
seu coração é agora meu lar..."
Os que olham o chamam de louco,
sorrindo e falando sozinho,
passeando feliz no caminho,
com o amor que só pra ele existe.