Mar Branco
Das nossas mãos nascem tormentas,
E da boca a palavra transborda em saliva,
Línguas que se demoram no romper dos corpos,
Saciando a fome inteira, sua e minha.
No infinito das ondas que se alternam na costa,
Numa dança eterna, íntima e nua,
Nos misturamos à arrebentação.
Nesta vastidão somos maré e lua,
Intensidade que devora, prazer na profundidade, oceanos em exaltação.
Fluidez das almas submersas na imensidão.
Brincando com as marés que cantam baixinho,
Mergulhamos no azul profundo, descobrindo segredos que só o mar tinha ouvido.
Nossos toques serão marcas que deixaremos na areia,
Uma história escrita em cada onda que vagueia.