Que Coisa
Que coisa que me atinge inteiro
Que me oprime, alegra, sufoca,
Que me faz quase verdadeiro.
Que coisa que me torna arredio,
Que me isola do mundo, da vida
Incompleta-me e me deixa vazio.
Que há comigo, companheiro,
Que não me acompanho mais,
E nem me permito tratamento?
Declinei-me de minha retidão,
Abdiquei-me de minha lucidez,
Mas da mania cartesiana... não.
Referencio-me pressupondo-te,
Obscuro ângulo que me imola
E imploro somente poder ver-te.
Ah! Quando a tenho nos braços,
Tudo para, tudo se reduz a nós!
Que coisa que me atinge inteiro...