O Sabor do Cálamo
Em meio ao silêncio e a dor do Poeta,
busco alento nas ervas aromáticas,
juncáceas pantanosas dos vales
que abundam em meus pra dentro.
É pungente o sentimento,
é etéreo e delicado o verso
que brota da mão que fere
o arco e as crinas deste violino.
O sabor do Cálamo exala da melodia
de um novo instrumental
de frescas e amadas rosas
entregues em meu amanhecer...
Bebo seu fresco, aquático e penetrante aroma,
embriago-me de suas cores
e respondo, tímida e sussurrante,
à pergunta: quem és tu? meiga menina
que me tece os mais puros versos de Amor?
Sou eu! Tua Maria!,
teu violino de paz,
tua música de Amor,
tua paixão e dos prados
e flores de teu corpo,
o aroma, a beleza e a cor!
Calamus (Cálamo): título do livro do poeta Walt Whitmann
Cálamo: planta, erva, junco de caule duro e forte e aroma de um frescor aquático (vive nos pântanos) e penetrante. Também é instrumento para a escrita feito de um pedaço de cana ou junco, talhado obliquamente ou afinado na extremidade. Era utilizado antigamente para escrever em tábuas de argila, papiros e pergaminhos.