Santuário do Coração III

 

Vivi o tempo dessa epopeia de contradições em mim.

Também me alimento, e à minha poesia,

dessa realidade real, no corpo o desejo,

o desafio, a exaltação e do Amor a glorificação.

 

Escrevo livre, sem temor, com o coração.

São minhas as mãos que apagam as lágrimas da face,

acalentam a dor que lacera a alma

e buscam amainar o sofrimento

desse íntimo pássaro ferido que mora em meu coração.

 

Não há nada indisfarçável em meu poema.

Tudo explícito na implicitude da alma

que a si mesma se desenha,

mesmo em seus conflitos, em seus medos, angústias,

como em sua beleza de amar, em sua plenitude em esse amor

e a si mesma cotidianamente se entregar.

 

Não disfarço a ousadia, não escondo o olhar,

nem o sorriso que tão corajosamente

estampa os pontos de luzes que traduzem almejos de amor,

que buscam a fonte geradora da vida,

o ritmo e a energia do Amor

que move o Sol e as outras estrelas

e mora entre os juncos mais queridos,

os lhiames encantados do jardim mais lindo,

desse nosso Santuário do Coração!