VENHA
...devias vir, talvez porque...
...um poema,
paira no tempo,
à tua espera...
...ou quem sabe,
porque,
a poesia anda triste...
...devias vir sim,
porque,
e não talvez...
...um imenso vazio,
sem você,
existe...
...se,
não puderes vir,
pelo poema...
...ou a poesia,
já não faça mais,
sentido...
...se,
não puderes vir,
por mim...
...creio,
que pelo amor,
que sinto...
...por ti,
seja absurdo,
utópico e proibido...
...venha,
á toa,
sem algum motivo...
...ou colher,
a flor solitária,
em meu jardim...
...destemida,
sozinha,
que há muito cultivo...
...venha,
tome-a,
em tuas mãos, enfim...
...venha,
mesmo que seja,
pra dizer adeus...
...leve consigo,
meu querer,
o queixume, a flor...
...deixe comigo,
o sonho,
a saudade, o vazio...
...o sentir ambíguo;
o sonho contíguo,
deste amor...
...venha simplesmente,
ler estes evasivos versos,
tão teus...
...mas venha...
...por um instante...
...por favor.!
Bené Bené