Efêmero Despertar
É cedo para dizer te amo?
Na alvorada da emoção, inseguro,
Como o amanhecer que espreita,
Tímido, incerto, ainda obscuro.
Nossos olhares se entrelaçam,
Como raios de sol que se evadem,
Atravessando cortinas de neblina,
Ecoando sentimentos que se perdem.
É cedo para dizer te amo?
Como as marés que oscilam, indecisas,
Num dançar de águas enigmáticas,
Refletindo a incerteza de nossas vidas.
Palavras são como folhas ao vento,
Levadas pelo sopro dos segundos,
A realidade em constante movimento,
Enquanto nossos corações buscam novos rumos.
É cedo para dizer te amo?
Ainda escuto os ecos dos silêncios,
Como um rio que flui sem destino,
Levando consigo sonhos e ardores intensos.
Talvez, nesse instante fugaz,
Não seja o tempo de declarações efusivas,
Mas sim de permitir que o amor cresça,
Sem pressa, em terras vastas e intransitivas.
É cedo para dizer te amo?
Nossas almas, como notas soltas,
Dançam na partitura da vida,
Criando melodias, acordes, revoltas.
O tempo, senhor implacável,
Decifra as entrelinhas do coração,
No ritmo das batidas e suspiros,
O amor se constrói, sem definição.
É cedo para dizer te amo?
Na vastidão do horizonte da alma,
Encontro a resposta sussurrada,
Na dança de estrelas que acalma.
As palavras podem esperar, meu bem,
Pois o amor se escreve em gestos e olhares,
Em cada riso compartilhado, a cena do além,
E o te amo, silente, encontra nos sonhos, lares.