Efêmero Despertar

É cedo para dizer te amo?

Na alvorada da emoção, inseguro,

Como o amanhecer que espreita,

Tímido, incerto, ainda obscuro.

Nossos olhares se entrelaçam,

Como raios de sol que se evadem,

Atravessando cortinas de neblina,

Ecoando sentimentos que se perdem.

É cedo para dizer te amo?

Como as marés que oscilam, indecisas,

Num dançar de águas enigmáticas,

Refletindo a incerteza de nossas vidas.

Palavras são como folhas ao vento,

Levadas pelo sopro dos segundos,

A realidade em constante movimento,

Enquanto nossos corações buscam novos rumos.

É cedo para dizer te amo?

Ainda escuto os ecos dos silêncios,

Como um rio que flui sem destino,

Levando consigo sonhos e ardores intensos.

Talvez, nesse instante fugaz,

Não seja o tempo de declarações efusivas,

Mas sim de permitir que o amor cresça,

Sem pressa, em terras vastas e intransitivas.

É cedo para dizer te amo?

Nossas almas, como notas soltas,

Dançam na partitura da vida,

Criando melodias, acordes, revoltas.

O tempo, senhor implacável,

Decifra as entrelinhas do coração,

No ritmo das batidas e suspiros,

O amor se constrói, sem definição.

É cedo para dizer te amo?

Na vastidão do horizonte da alma,

Encontro a resposta sussurrada,

Na dança de estrelas que acalma.

As palavras podem esperar, meu bem,

Pois o amor se escreve em gestos e olhares,

Em cada riso compartilhado, a cena do além,

E o te amo, silente, encontra nos sonhos, lares.

Bernardo Reis
Enviado por Bernardo Reis em 15/08/2023
Código do texto: T7862117
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