Escrevo como quem tem fome

Escrevo como quem tem fome

Devoração sem fim

Costelas a vista do olhar

Escrevo, como quem tem fome

Pessoas assim que nem eu

Que vêem sabor na segunda

Escrevo como quem tem fome

E desde que me dei conta

de que precisava catar

as migalhas palavras

Nunca mais fui igual

Insaciável

Subexistido sim

Subnutrido não

Pois o amor nutre

As vezes de luz

As vezes vapor