Raiva
Talvez eu esteja sentado ou em pé em alguma praça, em que um anjo soluça a cândida ideia de um amor que só poderia viver
se sonhasse o que o meu coração sente por você,
se sentisse o chamado da minha carne pela tua,
se soubesse que cada canção que te componho sob a lua
colore a aquarela dos sons e dos versos a minha raiva contra as leis que me acorrentam aos muros da razão, mas que é doce porque teus olhos ensinam
que preciso te amar desde sempre antes de aparecer no mar, à tua frente,
descendo de disco-voador ou cavalo-marinho, estabanado como todo homem na hora de dizer à mulher que ama
o que deve ser ser dito sem orquestra ou banda mas olhando nos olhos,
porque só você tem na alma a nascente do arco-íris,
e só você ensina ao estradeiro que é e será sempre menino,
e por você pouco importa a distância,
porque ainda que estrelas nos separem,
chegaria a você, com rosas, anéis, cavalos alados, motocicletas,
mas venceria tempo, materialidade, barreiras espirituais,
apenas porque você eleva na distância tanto amor,
arranco dos pés as raízes que deixaram de fazer sentido,
e busco o que ao seu lado é eterno e único, unicamente eterno na Luz que vindo de você,
faz entender o que enfim, é viver