Também quero me tornar um com a multidão,

com o contexto ao redor.

Perder-me no caos que se move

em encontros fortuitos,

em conversas rápidas,

em passos que ecoam nos subterrâneos,

rabiscando um desenho apressado

na parede acimentada de sonhos.

 

Quero me deixar possuir por alguma esquina,

falar a língua do povo, brincar com o feliz

sobre as folhas em branco do teu bloco de notas

que me pisca, despreocupadamente,

entre um diagrama e outro

criado e desenhado por tuas mãos de mago.

 

Também quero desvendar esse conhecimento,

apreender os saberes da multidão,

situar-me em relação ao outro, à você, a ele, a nós,

como mundo e nele o nosso lugar,

como espaço e tempo que somos.

 

Busco esse reconhecimento identitário com você,

tua pele, tua cor una com a minha,

num abraço de cheiro, num beijo de olhos,

na reciprocidade de um sentimento

pleno de nossa alegria de viver, nossa felicidade e amor.