Também descubro a todo momento

uma coisa feliz e alada

dentro desse barril de tempo

que faz nosso instante

de tagarelar e balbuciar

luzes e palavras.

 

Se há dias de névoas não percebi,

pois que aqui chove chuva

no aramado da alma

pelas tristezas bem caseiras

que fazem o cotidiano dia.

 

Mas sei que tentas ser guerreiro

nestes dias de névoas

e o és por mim.

E por mim levantas as tempestades

e me fazes sorrir os olhos do coração.

 

Também tento ser igual,

vestir tempo,

falar a língua do povo

e viver o feliz.

 

E, como o poeta

em seu revoo pela noite

descubro que houve um início

- e a luz ainda está lá

- e não há fim. 

 

E a vida é nosso eterno momento,

minha pele na sua

e a toda a força do sentimento,

que faz de mim você

e de você eu...

no alambrado deste céu

em que voamos juntos

as asas do coração...