ATO
Rilhando os dentes em raiva
Ríspida fala gemida
Em denso olhar ao espelho
Tesão tensão nos artelhos.
Nas fimbrias do coração
Promíscuamente circulam
Sangue e paixão em novelo
Rufião do vão prazer.
Deixe-se levar e ser
Dissimulado querer
Em soturno não querer
Vontade de arder em brasas.
Dor e amor se confundem
Ódio e gozo se consomem
Tu és minha e eu sou teu
Dos Urais aos Pirineus.