Lágrimas que vazam de mim nunca corroem
Constroem, em minha face, frondosa armadura
Se guardadas ficam, num pântano me vejo
Mas se as solto, ao mar eu velejo
Ter medo de se sentir é desafio diário
Pois como onda frondosa, por vezes, capoto em mim mesmo
Então prefiro,de quando em vez, sequer acordar
E, no leito, repousar amargura
Como é penoso ser viril, e não saber gozar
Já que, deste naufrágio, já vesti de tudo, menos da própria cerne
Simplesmente pelo receio do que ela iria causar-me
E agora causa, logo na alvorada, um entalhe perfeito
Portanto, se água salgada percorre meu mirante
É porque me permiti mergulhar
Muito embora, sequer, eu saiba nadar
Aforgar-me-ei, pois, sem me açoitar