JANELA
Hoje vi você na janela
Onde trocávamos jura de amor
Tremi dos pés a cabeça
Arrepia os sentimentos de dor.
Agora nesta paisagem
Vendo-te ali tão perto
Meu coração tornou-se um flagelo
De desejar um ser inquieto.
Como é triste o sofrer
Do teu corpo semi nu
Sem poder eu, apoderar-me
Da sombra que fazes tu.
Escondida como uma louca
Por insana que estou agora
Sem ti poder nem falar
Resta-me a sombra dessa aurora.
És meu céu sem uma estrela
O luar de uma paixão
Cobre o louro de esperança
Ao mim olhar tira-me a razão.
Como podes fazer-se de rogado,
No imenso oceano de lágrimas
Que provocas a cada instante
Que te vejo assim um bocado.
Não temas minha presença
Pois no infinito e o sempre
De poder dar reviravoltas
E seguir o dia crescente.
Procuro a razão, onde estais?
Perdida inda sem solução
- A emoção, fala alto o sentido
que tu és mais uma visão.