"Ouro velho: cor da minha flor Rosa"¹
Esbelta flor cor de rosa,
Quando hei de olhar de perto
O olhar de ouro velho
da menina tão mimosa?
As mais sedosas mãos,
A navegar pelo meu rosto
Fez rugir o coração,
E acalmar todos os gostos
Perdido no teu olhar,
Não reparei o que fazia
Nem sequer sei expressar,
Como ali eu me sentia
O roxo e o branco te colorem,
És então rosa por mistura
E mesmo com as dores que trazes,
És Dócil, afável, (minha) e pura
Roxo são marcas da vida,
Branco é a tua reação
Tingem então sua lida,
Fazem da história, canção
Ao passo que na tua pele,
Nada menos que ouro vejo
Porém o ouro que te reveste,
Não é apenas um lampejo
"Ouro velho" meus amigos,
Devem ter se perguntado
É de morena que digo,
O que está classificado
Morena, olhos castanhos,
Quando bem vistos ao sol
Não se espantem se eu disser,
Temo mais que a um crisol
Deste mal padeço a crer,
Aquele olho doce de calma
Da morena de minh'alma,
Jamais eu hei de rêver
De pensar, morena e Rosa?
Ouro, veste luminosa?
Ai de mim, enlouqueci,
Leiam e fiquem sabendo, especulando e entendendo a mistura que bebi.
1. trocadilho que explica a cor morena (ouro velho) como sinal de experiência valiosa e uma personalidade doce e séria, resultado das experiências cruéis da vida (roxo) misturadas com uma reação de brandura à essas experiências (branco) que, em mais um trocadilho, resultam numa bela cor (rosa) e personalidade.