Amor de cego
O amor me cega
Entrega e renega o meu eu
O meu sustento depende
Do teu humor
Não da necessidade que sacia a carne
Mas das plenitudes que preenchem as almas
Eu cego de amor ou dos olhares
Percebo somente a ti
A visão fôra o único sentido que me escapou
Todos os outros se apetecem de ti
O tato dos cabelos de brisa
O sabor da sua companhia
Mas na penumbra branca estou
Como uma estátua vendada
E conformada da sua limitação de só ser estátua
Perdido como qualquer um que não possa ver onde está, me ponho a teus pés
Ao implorar de vozes e suplicas infantis
Que me tomes de assalto, que me abrace e arraste por ai em um elo eterno, de amores e dores, de amargor e doces.
Aos tropeços do meu tropeço
caminhar, cada passo frente a buscar
o meu lar, que habita em ti.