Amor de cego

O amor me cega

Entrega e renega o meu eu

O meu sustento depende

Do teu humor

Não da necessidade que sacia a carne

Mas das plenitudes que preenchem as almas

Eu cego de amor ou dos olhares

Percebo somente a ti

A visão fôra o único sentido que me escapou

Todos os outros se apetecem de ti

O tato dos cabelos de brisa

O sabor da sua companhia

Mas na penumbra branca estou

Como uma estátua vendada

E conformada da sua limitação de só ser estátua

Perdido como qualquer um que não possa ver onde está, me ponho a teus pés

Ao implorar de vozes e suplicas infantis

Que me tomes de assalto, que me abrace e arraste por ai em um elo eterno, de amores e dores, de amargor e doces.

Aos tropeços do meu tropeço

caminhar, cada passo frente a buscar

o meu lar, que habita em ti.

Paulo Alcides
Enviado por Paulo Alcides em 08/08/2023
Reeditado em 08/08/2023
Código do texto: T7856042
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