VOCÊ, UM VÍCIO BOM QUE NÃO VOU ME CURAR
...quando te encontrei,
pressenti que já te conhecia,
e outros tempos não tão distantes...
...alguma coisa em você,
chamou minha atenção,
e por alguns dias tive a sensação,
...de que algo em você,
também me completava,
até mesmo na poesia...
...era como se estivesse encontrado,
uma parte de mim,
que por certo se perdeu pelo caminho...
...talvez porque distraído,
andei desatento,
desbravando horizontes, caminhei...
...e de tão disperso,
não percebi os teus sinais,
nem mesmo me atentei...
...às vozes ecoarem,
nas profundezas de tua alma,
como suplicas ao meu ego...
...ao distanciar-me de ti,
em busca do desconhecido,
um mundo de fantasia...
...tampouco,
sobre minha pele,
o toque sutil, eu sentia...
...de teu silêncio,
esquecido no tempo,
mas que me ardia...
...por dentro num vazio,
como fome, insaciável,
frequente...
...carência de certo alimento,
amor, e eu não imaginava,
que te reencontraria...
...nem mesmo que ao cruzar,
teu caminho outra vez,
te notaria...
...assim com tamanha,
avidez de um querer,
eloquente...
...era amor,
e eu não sabia,
mas ao passar das horas...
...dos dias,
das minhas insônias,
nas noites vazias...
...fui percebendo,
em tuas ausências,
que era você esta parte de mim,
...que me faz falta, me deixa carente,
como um vício bom, que enfim,
de você, me fez dependente...
Bené Bené