Fagulha
Basta a mim uma brasa displicente
que lançaria fora com despeito
Sem força de fogo, faísca somente
Não me importo. Aceito.
Tomarei-a como minha existência
Em minhas mãos, com cuidado a soprarei
A cada sopro, um sonho de ardência
Esperarei, esperançarei, insistirei
Da fagulha, cultivarei o ardor
Mas não. Não a obrigarei ao calor
se estiver certa de se apagar no inverno
Se, desde o início, era apenas isso:
uma faúlha sem desejo, sem compromisso
Preferirei o abrigo de meu vulcão interno