Fagulha

Basta a mim uma brasa displicente

que lançaria fora com despeito

Sem força de fogo, faísca somente

Não me importo. Aceito.

Tomarei-a como minha existência

Em minhas mãos, com cuidado a soprarei

A cada sopro, um sonho de ardência

Esperarei, esperançarei, insistirei

Da fagulha, cultivarei o ardor

Mas não. Não a obrigarei ao calor

se estiver certa de se apagar no inverno

Se, desde o início, era apenas isso:

uma faúlha sem desejo, sem compromisso

Preferirei o abrigo de meu vulcão interno

Osvaldo Júnior
Enviado por Osvaldo Júnior em 06/08/2023
Reeditado em 06/08/2023
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