Mãos Dadas
Deus me livre a morte me abrace
quando em volta dos meus braços
estiver o meu amor
e uns urubus dorminhocos
sorrindo na floresta de brilhantes
façam da carne dos guerreiros
a miséria do éramos antes
cães danados - nas esquinas do Poente
o que é meu resiste malgrado alarde
soando um blues peralta no arregaço
do chapéu estendido por favor
pelo sururu-açu estapeando avante
sentindo besta quando a memória escorre nos bueiros
permaneço no banco da praça - catavento da infância na mão,
pintando o mundo da poesia dos sonhos que subiram no trem,
morando do mundo da poesia cavaleiro d'aquarela
de um amor tão incandescente que saudade é aquela
canção que diz de hoje em diante sigo de mãos dadas a você