MISTÉRIOS INDESCRITÍVEIS
Hoje eu despertei sem sentido,
E acabei por vir a brigar comigo!
Perguntei onde é que estás,
Alma respondeu que tanto faz.
Olha isso! Deixa de ser assim,
Nada é o bastante pra ti!
As minhas palavras se foram,
O repouso que busquei, não vi.
Confesso ter esquecido,
De que sou apenas aquilo,
Do qual não sabemos o óbvio,
Eu até mesmo, sei o quanto me ignoro,
Por estar muito perdido.
Tua face em todo lugar!
Catedrais e coisas peculiares.
Mistérios indescritíveis,
Manifestando do teu olhar.
O vento e a tempestade passam depressa,
Mas o que guardo é outra conversa!
Sentir o perfume que me apavora,
Eu digo:-Preciso ir embora, agora!
E em ausência fiz-me prisioneiro,
Da novela que eu mesmo escrevi, em tormento!
Não poderei compreender, onde tudo se encaixa,
Nem o começo de que, amar é inviável,
Quando meu próprio corpo, desconheço.
Envolva-me em seu pranto,
Desvelando-me como sou:
Uma mentira dentro de um oceano,
Num lapso a levar-me, como alguém,
Que no fundo de tudo, nem o incerto,
De um sorriso teu em meio ao caos,
É a parcela inquestionável do que restou.
Poema n.2.980/ n.49 de 2023.