PAX DOMINUS

Que eu caia,

desavisado,

enquanto lúcido

e me espero

lá embaixo,

é bom ter onde cair...

Seja meu túmulo

um tumulto

encefálico

que não distinga

sangue de pinga,

punga da epitete,

sui generis

do largo asfalto

que eu me vá

na roda do carro,

na água da chuva,

é bom ter pronde correr...

Adira-me o espetáculo

a bosta do cavalo,

a linfa do rato

para que Lúcifer,

lendo minha obra,

ache muita graça

e bata sua palma,

pois só tive um senhor

e este foi o cansaço.

Diego Duarte dos Santos

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 02/08/2023
Código do texto: T7852190
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