Vela ao Vento II

Sonhos pirilampam

a alma em madrugadas de luz.

Incógnitas e mistérios só nossos,

nascidos nas brumas do cair do sol,

viajando o corpo, alojando-se no coração.

E... embora sempre estejam lá...

morrem e renascem a cada manhã ensolarada,

renascendo e morrendo novamente

no agasalhar da noite,

fulgurando jardins de solidão a dois.

 

Não existe harmonia nesse caos de viração,

nesta MAResia que me toca, me abraça,

me olha com meiguice e faz sentir Eu...

assim, assim, toda amada, adorada.

 

E as palavras também não se harmonizam,

são destrambelhadas como eu... mas não se calam,

nem para além das reticências da vida...

que a gente não vê... apenas sente... E como sente...

 

Agora, sonhos pirilampam

a alma em madrugadas de luz...

São como as estrelas, as ânsias, os desejos...

um mar de velas evanescendo-se ao vento,

aportando em teu cais,

à saída da minha escuridão...