CIRCUNSTÂNCIA...

Carmen Cristal

 

Fadado ao existir,

Sem vontades próprias,

Para que, cumpra-se o destino

O lírio perfuma o lodo

Embeleza o negro chão,

Ilumina os escuros mananciais...

 

Na ternura da condição,

Calado se faz notar,

Rimando seus amores e dores!...

Transcende, ascende

Ao brilho individual

Exemplo de sobrevivência...

 

Enobrece,

Justifica a criação!...

Flor de vida beija a escuridão!...

Verseja ao sol distante,

A brisa que ao mar afaga

Vida em benefício!...

 

Solitária sina de quem é!

Peculiar destaque

No lodo a se espalhar!...

Ao que trouxe para si

Dogmas do Criador,

Essência de muitas vidas...

 

Viajante de outras eras,

Advindo do ontem!...

Testemunha o hoje...

Questionando o amanhã,

Um amanhã que talvez

Não tenha...

 

Sonhos feitos de silêncio

Contra o tempo

O que não foi dito

Na candura de sua cor

E, na verdade,

Só queria ser amor!

 

O lírio de raízes exaustas,

Raízes tortas!...

Já vencido por rimas esparsar!...

Vai, solitário que é,

Arrastando sua triste história,

Vivo para a natureza! Sem glória...

 

Por toda a luta cansado,

Exausto, na sua condição,

Escravo das penas

Conjugadas com emoção

Fica a lágrima do amor

Que não vingou...

 

Desilusão foi tudo o que restou,

Tatuada na alma inocente,

de alguém, que só amou...

E por amor,

Em circunstância,

Morrerá...

 

Acredite!… Sinta ao me ler, sei que tu consegues!... - Eu sou o teu lírio e tu serás, para toda a eternidade, o meu amor, meu único e grande amor!… Eu sei e tu sabes!... Sei que sentistes, tua alma está ligada a minha alma, nas rimas, elas se encontram e se percebem e assim será, para todo o sempre...

 

Santo André

SP-BR

 

 

 

 

Enviado por Carmen Cristal em 14/06/2006

reeditado em 31/07/2023