Palavras não ditas II
A vida é breve... Suave, doce e serena!
Mas pode ser tensa e muito dolorida...
Quando há em toda espera pequena
O poder de escolha de toda uma vida!
Gestos não feitos, abraços não dados,
E as tais palavras não ditas...
Até onde lamentamos os brados
E aquelas emoções perdidas?
Viver sem poder manifestar-se
Àqueles que tanto amamos
É como se o peito lamentasse
As partidas que não planejamos...
Lamento, remorso, dor e arrependimento...
Palavras duras e muito fortes...
Mas que condizem com o tal sentimento
De impotência diante de mortes...
Palavras simples não ditas ou escritas...
Nada que alivie nossa culpa!
Medos e angústias não descritas,
Abstinências de “desculpa!”
Resta o vazio, vasto e imenso
Que encobre tantas emoções...
Rio que se reordena intenso,
Remanso de muitas desilusões...
E na certeza de todo silêncio
Se conforma o nosso medo...
Como os traços de um desenho
Revelado em nosso segredo!
(29.07.23)