“Estranho seria dar conta de não sentir”
Dia lindo e a praia
Pergunta por nós
Poesia está para ela
Como a preguiça está
Para o rastejar frouxo
Até debaixo dos lençóis.
Um dia de longe
No nosso dia que
Já simboliza a fonte
De onde tudo começou.
Como é que se
Comemora a sós?
Na distância a gente
Revivi a lembrança
Do bom e até do ruim
Que passamos pano.
Na lonjura a gente
Vê graça na loucura
Que foi a estrada
Dos últimos anos.
Ressuscita o ardor
Que invade o sujeito
Plurifica o amor
Que bate no peito
Feito tocar do tambor
Rompendo o silêncio.
Na era das circunstância
De frente com a intolerância
Quebrando a deselegância
Valorizando o que é corriqueiro
Ressaltando o que é verdadeiro
Harmonizando cada devaneio
Pra só então amar um amor indomável
Através das portas divinas do inalcançável
Questionando o impossível do impenetrável.
A vida contigo é bebida
Em goles grandes, gratuitos
De um copo charmosamente cheio
Misturando “eu te amo” falado
Na batida bonita de atos mensageiros
Decorado com dias que passam ligeiro
É só o gosto, é só o toque, é só o cheiro
É só e é tudo com nós no meio
Recheando agridoce a partilha sem pé no freio.
23/07/2023