ANÉIS PRATA
É estranho eu não ficar vermelho ao te ver.
É estranho não ocorrer borboletas no estômago
e meu coração não sair do peito.
Estranho eu não tremer quando estou ao teu lado,
não te achar a pessoa mais incrível do mundo.
Penso em como os grandes navegadores
foram tão descuidados;
estavam em busca das terras mais belas,
mas nunca pararam para olhar os teus olhos.
É esquisito gostar tanto da tua presilha de aranha,
daquele café, as conversas
que não acabamos ontem e ficaram para um amanhã.
É inusitado que, em tão pouco tempo,
tornamo-nos tão próximos,
que, em poucos meses, teu sorriso já arranca os meus.
Seus anéis prata combinam
com minhas pulseiras de couro preto.
Porém me pergunto se não estava rápido demais,
se eu não sou muito imprudente.
Recordo-me daquele filme,
das risadas, dos abraços e tropeços.
Tu és a peça que Shakespeare jamais ousou escrever,
seria poesia demais para ele.
Tua voz é tão bela que assustaria Pavarotti.
Um tom perfeito!
Quem sabe, levo-te para um café novamente
e as conversas de ontem
ficam para aquele amanhã, um hoje.
Imagem - Créditos: Marisa Kraemer