Que me dizem os poetas

Se aceitares

Daria vazão ao sentimento

Que pede por passagem

Que nasce tímido e cauteloso

Que teme seu desfolhar

Um tanto quanto ansioso

De conhecer o próprio fim

Se não, penso eu

Que seria, eu aceitaria?

Ser como disse o poeta

Uma dama, para aceitar suas prendas

E lhe dizer que sim

Tendo no peito a certeza

De ser arrancada do teu folhetim

Mas como disse outro,

Falando sério

Eu não queria ter você

por um programa

Apenas ser mais uma em sua cama

Por uma noite apenas e nada mais

Queria eu ser de Shakespeare

Ver pelos olhos de Miranda

com a inocência de quem

Nunca tendo visto nenhum homem

No primeiro olhar do seu galante

Ama-o e pronto. Aceita, e se permite

Ah! Abençoada tempestade

Que trouxe para ela Fernando

E que culpo por trazê-lo pra mim

Tempestade sim, que me acomete

Que acontece aqui dentro

Que naufraga nesse mar violento

Meu ego, e a racionalidade em si.

Num pouco de conversa,

Acompanhados do mar sereno

A noite linda e a lua, crescente,

Como esse sentimento, que se sente

Sem razão de sentir

O único abraço que temos

És a razão do meu tormento

Eu que procurava em ti um amigo,

Talvez tenha encontrado o amor enfim.