Morena caiçara

Morena que caminha sem saltos

Pelos pés de moleque da história

Plantados por um antepassado negro

Esguia-se a cada seu passo

Morena de beldade natura

Segura em suas mãos uma moringa de barro

A caminho do barco ancorado no cais

Pra matar a sede do seu pescador

Morena que artezana gravetos da mata

Forra uma mesa de pano no chão

A mercar o trançado de cipó

Volta pra casa com um saco de feijão

Morena que se adentra na mata

E some do mapa nas tardes de sol

A se por sem aplausos

Mas com um rol de olhares pecados

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 26/07/2023
Código do texto: T7846813
Classificação de conteúdo: seguro