Morena caiçara
Morena que caminha sem saltos
Pelos pés de moleque da história
Plantados por um antepassado negro
Esguia-se a cada seu passo
Morena de beldade natura
Segura em suas mãos uma moringa de barro
A caminho do barco ancorado no cais
Pra matar a sede do seu pescador
Morena que artezana gravetos da mata
Forra uma mesa de pano no chão
A mercar o trançado de cipó
Volta pra casa com um saco de feijão
Morena que se adentra na mata
E some do mapa nas tardes de sol
A se por sem aplausos
Mas com um rol de olhares pecados