O PRIMEIRO AMOR
A primeira vez que a vi
Faz tanto tempo
Ela usava ainda roupas juvenis
Talvez fosse 67 ou 68?
Se não me engano...
Nos vimos de novo....
Creio num mês de dezembro
Ela estava radiante
Mas quem liga para datas nestas horas?
Mas talvez possa ter sido um pouco mais adiante!
Beijamo-nos no seu aniversário
Guardei, foi num mês de abril
Podemos dizer que foi um beijo de amor
Embora ela não estivesse segura
Por isso, talvez, tenha sido tanto frio
Lembro-me dos nossos passeios escondidos
De mãos dadas em outra cidade
Dos encontros já dentro do cinema, somente
Da ansiedade em vê-la!
Dos desejos cada vez mais ardentes!
Fizemos amor,
Muito tempo depois,
Nossa primeira vez,
O mês? Imperdoável, não recordar direito
Sei que marcas do seu batom descomedido
Ficaram algum tempo
marcadas no meu peito
Um dia, porém, tudo terminou
Juro, nunca soube o porquê
Nem onde, nem quando...,
Do fato, tenho apenas duas lembranças
A informação que teria viajado,
Que saiu subitamente das minhas vistas,
Como uma estrela que numa noite, no céu feneceu,
Senti, então, pela primeira vez na vida, os olhos vagos,
Fruto da tristeza que seca a alma na qual submergi
E que de mim nunca mais, completamente,
despareceu!