Complacente
E quando ele te tocar
Repare como é tão mundano
Um abraço sem laço que falta entrelaço
O beijo sorrateiro
Sem gosto e ligeiro.
E quando por ti
Ele declamar
Se abrir e enganar
Como quem diz a ti
Os mesmos verbos ditos aqui e ali
Por dizeres tu
Que sois demasiadamente inteiro
Por creres tu
Que sois sutilmente ideal
Por afirmares tu
Que sois ordinariamente banal
É que digo pra ti:
Não te culpes pela covardia
Nem tampouco por seres tu tão passional
Quando tudo fora real
O que tu me dissestes
Fora, impiedosamente,
Nada!
E agora que estas
Livremente disponível
Por teres tu
Quebrado a cara
E vindo
A curtos passos
A mim
Dizer o não dito
Escancarar teu desejo
E suplicar meu querer
É que digo
Eu estou opaco
Imune
Refratário
Surdo
Cego
Mudo
E...
Inexoravelmente complacente
A
Simplesmente
Ama-la