Se eu, agora, tivesse asas para planar,
entraria pela tua janela
e sopraria nuvens de toque de seda
em tua pele dourada de sol
e deslizaria como um cometa
em contínuo movimento em tua órbita
sempre em busca de minha face à tua colar.
E queria de novo sentir tua mão em meu ombro,
o toque ocasional, suave e delicado
de teus líquens em meu rosto
e o inebriado de teu cheiro
tão perto, tão em mim...
aninhada em teus braços feitos
a cabeça recostada em teu peito...
Teu cheiro tem o gosto das montanhas
o amadeirado dos pinheiros e carvalhos
e o sabor almíscar das antigas florestas da Eurásia.
Invade minhas narinas e faz tremular a pele
em arrepios articulados
com o toque de teus lábios em minha face
teu beijo perdido em minhas terras...
e a tua mão sobre o meu ombro,
numa branda despedida de amor...