ÉBRIO
Demasiadamente ébrio
Eu vi a noite beijando estrelas
Eu vi o tempo bebendo
O mar dos esquecidos.
Demasiadamente sóbrio
Não vi as águas no fundo
Do precipício da embriaguez,
Nem o calor frio, o som
Das minhas palavras etílica.
Demasiadamente nobre
Ajoelhei nos degraus
Da minha solidão.
Não aguento mais
Estes momentos meus!
Tirei a gravata com cheiro
De cigarro, olhei para a ausência
Da máquina de escrever.