Meus jardins

Ao abrir a janela do meu quarto, recebo o ar puro da cheflera

Que exibe suas folhas verde-amarelas abertas

Molhadas pelo orvalho do dilúculo

A pingar morosamente o chão

Vejo a orquídea agarrada no mastro do pinheiro

Que sobrevive ao vento da aurora

A dar estética ao horto

Onde mora a felicidade da flora

A ixora com seus braços abertos

Empina seu talhe sobre a mureta

A espera de tocar em meu baço

Nas vezes que eu for ao seu encontro

O sagu postado no centro da grama

A ostentar seu corpo ornamental

Lentamente se destaca

É o meu pupilo

A roseira receada pela perda de suas rosas

Convence as minhas mãos de não desfalcá-la

Pois há beijos ao invés de flores

Entre as minhas paredes

Os pingos de ouro que cercam o vergel

Eretos como soldados do reino

Esbarram cotidianamente em minhas pernas

Quando me aproximo para aguá-lo

Contemplo tantas plantas e flores

Que curam as escamas dos meus olhos

Purificam os meu pulmões

E gratas, sorriem

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 23/07/2023
Reeditado em 11/06/2024
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