Os Lábios...
Lábios que te quero... Eu vi!
Olhei para eles e estremeci.
Tudo aqui piscou. Virou alvoroço
Bagunçou. Perdi a hora do almoço.
Que lábios tão doces, tesudos,
carnudos, brilhantes...um colosso!
Desci meus olhos para o corpo.
Os cabelos...negros... soltos.
Vistosos, escuros como a noite.
Viajei no veio do pescoço ao decote.
Que seios fartos. Polpudos. Rijos.
Auréolas, mamilos, umbigo. Perfeitos.
Esta mulher existe? Ou é fantasia?
É sonho. Pesadelo... não tê-la.
Quero navegar meus beijos quentes
em suas sardas salientes, transparentes.
Sentir o calor matreiro do abraço dela.
Bem dado, colado. Fico até meio tarado.
E quando ela fala. Me olha. Embala sua voz.
Me come com seu olhar matador. Circula
no meu ouvido. Tira a minha roupa. Fico nú!
Perco os sentidos e nem sei mais o que digo.
Vou do calor ao calafrio. Quando me toca...
então o que faço? Desmaio? Me entrego?
Santo e Eterno Deus. Me ajude. Socorro!
Estou que é só calor. De repente...calafrio.
Mata meu desejo princesinha
Sei que não estás na minha
Mas pedirei a fada rainha...
para lançar de leve a varinha.
E fazer você me sentir, me ver...
me ter nestes versos inconfessos.
Querendo apenas fazer-te um carinho,
um dengo, um sorriso...homenagem.
Dizendo baixinho que isso sim que é viver
Vislumbrar... estar com você é poder...
Alma sensível! Coração forte e valente.
Seus encantos me comovem. Viro nobre.
O que me consola a cachola neste instante
é saber que se não for agora nesta existência...
Será noutra ali na frente. É só desconstruir.
Reconstruindo sonhos num canto da eternidade.
Uma espécie de quimera construída nas estrelas...
para que o amor se faça presente com você.
A imaginação aqui está tão boa. Meiga. Doce.
Que sinto as bençãos dos céus. Dos anjos proféticos...
tanto dos santos, quanto dos profanos, em uníssono
dizendo, cantando: AMÉM! Vai! Provoca. Tire o sono.
Mesmo que agora seja uma singela e forte amizade.
O que vale é falar de amor para ela, com intensidade!
Porque é mulher que merece todas as honras e preces.
Para afastar dela a tristeza, dando-lhe toda a certeza...
de que vale a pena, rabiscar, tentar descrever a sua beleza.
Hildebrando Menezes