A MULHER QUE EU AMO

A mulher que eu amo tem os pés no mundo

e o olhar no mistério do Porvir

se é espelho dela a manhã,

inútil concluir desafio maior

que a razão

pois é amada na espiritualidade que dança,

e se apenas sonho o destaque que avança,

um amor infinito no tamanho

cabe no silêncio dos olhos dela,

feitos de brasa e ansiedade paciente,

permanente na ausência tirana,

como é plana a tarde na beira-mar da saudade,

luminosamente rebelde quando regras sobram

cabeças de estátuas derrubadas,

porque o Universo desconhece a pose,

e o que fica é o Amor flamejando cores novas

sobre as armas retorcidas da maldade

A mulher que eu amo é prateada na aura

e feita do ouro que canta

o desejo desperto da ousadia,

é pura no sorriso que revela a menina

tecendo fadices na janela da alma,

quando a vontade de amar é muito

no chamado derrubando a sina