FÚRIA DO TEMPO

 

O mar na fúria do vento

Balança na noite escura

A lua esconde-se tímida

O sol alumia medroso.

 

A gaivota ecoa distante

O canto aguçante trepida

As ondas açoitam vorazes

A brisa respinga inquieta.

 

Grãos de areia esvoaçam

Rastejam na beira do mar

A garoa friorenta murmura

No silêncio da madrugada.

 

A menina morosa vagueia

No tempo nu da madrugada

Mergulha no cruento instante

Da dolorosa e fria tempestade.