Estações
É gente que vem, é gente que vai, vazia estação, coração em desalinho, sozinho caminho na imensidão da plataforma, entro num carro da locomotiva, de repente informa o cidadão que o trem vai partir: “portas fechando” anuncia linda voz feminina: “próxima Estação Fernando", sei lá das contas.
Aturdido, olho e leio o manifesto dum menino em papel crepon colado nas laterais internas do vagão, aguça a curiosidade, então eu digo: - quanta bondade nesse coração andante, cheio de esperança, buscando a felicidade como antes lhes disseram seus ancestrais, dócil menino até no semblante naqueles cartazes em papel crepon coisa que não se vê mais.
Parou em todas as estações, já quase chegando em Barueri vi que passei da minha estação de sempre , mas não havia descido, de passageiro só ficara eu no trem, do meu ponto fui além, ainda bem que o tram voltou, a consciência me abordou, calmamente desci, não era Barra Funda nem Barueri, era o mundo encantado que sonhei e que estava a minha frente, logo ali.