Âmago
No âmago mais profundo do meu ser,
Um amor ardente e intenso a florescer,
Como uma chama que queima sem cessar,
Apaixonado, rendido, sem poder negar.
Em teus olhos mergulho, perco-me na imensidão,
Uma doce melodia ecoa em meu coração,
Mas o destino, esse implacável senhor,
Tece teias de tragédia, de dor.
Nosso amor é um frágil castelo de areia,
E no horizonte, a tempestade veio de súbito, cheia,
Os ventos da desventura sopraram com força,
E derrubaram nossos sonhos, sem demora.
Nossos passos desencontrados, o destino teimoso,
Separados, como estrelas em um céu nebuloso,
Tudo se transformou em tristeza e solidão,
Desvelou-se a face amarga da paixão.
Mas ainda assim, guardo na memória,
A doçura de cada beijo, cada história,
O amor que um dia viveu em nossos seres,
Abraçado à tragédia, fez-nos perecer.
E agora, aqui estou, diante deste papel,
Relembrando um amor que foi tudo, mas agora é cruel,
Uma história entrelaçada com dor e magia,
Amor e tragédia, eterna melodia.