Vera Eli foi o meu primeiro amor
Chegava de mudança do meu saudoso Realengo
Quando ela me sorriu; um sorriso largo e olhar direto
Não entendi muito bem; era um menino tímido que
Não sabia namorar e não conhecia a malícia do olhar
Tudo foi muito rápido. Subi para o apartamento no Engenho de Dentro
Na rua Teixeira Bastos, onde já era noite e dominava o silêncio
Mas não conseguia esquecer aquele momento tão especial
Por que aquela garotinha me sorriu e fisgou o meu olhar?
Do meu apartamento escutava sua mãe, dona Ione, a chamar:
“Vera Eli, já está na hora, vem jantar, menina.”
Os dias foram passando e Vera continuava a me olhar
Algo ela queria dizer, mas eu não dava chance de acontecer
Só queria jogar bola com os colegas da rua e da escola
Mas um belo dia de festa junina, tudo mudaria
Estávamos fantasiados e com nossas mentes fantasiosas
Vivendo aquele momento mágico de alegria e danças gostosas
Naquele dia, Vera não olhou para mim.
Mas eu, pela primeira vez, a percebi de outra forma
Era como se eu tivesse levado uma flechada do cupido
Meus olhos de menino brilharam de uma maneira diferente
Com coragem, um bilhete escrevi de repente
Vera, preciso falar com você, ainda hoje, pode ser?
Ao longe cuidei para ver-lhe o singelo bilhete abrir
Então, um longo átimo de tensão eu ali vivi
Após a leitura, seus olhos me encontraram
Sorri timidamente e algo mágico aconteceu
Ali, ainda um menino, o primeiro amor eu conheci
Você era incomparável, era meu sonho, Vera Eli.