O poema do Eu cindido
Hoje estou sentindo algo que não tem nome
Sentimento velho que vem e do nada some
Escondendo essas palavras que não posso saber
Me deixando angustiada nas escolhas que não sei fazer
Se esse caminho que planejo é meu desejo
Seguirei essa sina sem pestanejo?
Despirei-me do que quero pela glória de uma paixão?
Ou afogarei tal delírio pela lucidez,
Vestida de tão plácido azul em sua razão?
Consuma! Consuma meus dias, minhas horas
Rouba minha poesia, a metonímia e as metáforas
Deixa em minha pele teu aroma
Denuncia meu sintoma
Verás que de onde vem essa fonte
há um vasto horizonte
Se escondendo nos olhos de quem sente o controle se esvaindo
Finando-se o desejo que está reprimindo
Olha-me com tão doces olhos
Pega com carinho a minha mão
E me ajuda nessa decisão