Não tenho

Não tenho você

porque declarei demasiadamente tua falta

procurando, nas palavras, o ouro da tua lembrança.

E você, indiferente,

não interagiu com o sabor do que foi dito

e sumiu sem desaparecer

Eu vi os dois lados de sua ausência;

o que permaneceu, sem estar e

o que fugiu, permanecendo

e a tristeza de tudo isso me congela os ossos

trazendo choro para minhas noites embotadas.

Eu me acostumarei com a tua falta

lembrando-me todos os dias

até que tu esqueças e possamos ficar, finalmente,

iguais

pois, quando eu dormir

inundará meus sonhos de vermelho

o preenchimento das palavras,

que é o desejo óbvio de um afeto triste

aninhando-se no meu peito

quando, juntos, tivermos combinados, sem acordo

a univocidade unilateral do amor.

Então dorme porque o sonho

é a véspera do eterno

onde nenhuma dor mais

alcançará o coração do poeta.

Eu sou uma nuance
Enviado por Eu sou uma nuance em 09/07/2023
Reeditado em 10/07/2023
Código do texto: T7832918
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